Para começar, uma pequena aula de história: Determinar uma origem ao BDSM se torna difícil, afinal há relatos de diversos pontos da história humana nas mais variadas localidades que fazem alusão a submissão/dominação. Desde a deusa Inanna que se despe de suas roupas e dignidade para Ebih da mitologia Suméria até o mais conhecido Kama-Sutra da Índia.
Pule alguns anos para os bordéis do séc. XVI e temos as Dominatrix das chamadas "casas da disciplina". No séc. XVIII chego o polêmico romance "Memórias de Uma Mulher de Prazer" de John Cleland, escritor britânico que narra as aventuras de Fanny Hill. No mesmo período é lançado "Fashionable Lectures", um tratado com diversos relatos sobre flagelação e dominação. Ou seja, esse fetiche já faz parte do nosso imaginário há muito mais tempo do que se pensa.
Mas o bicho pegou mesmo em 1870 quando o austríaco Leopold von Sacher-Masoch ("Masoch", pegou a deixa?) resolveu escandalizar o mundo ao relatar seu relacionamento real com sua dominadora, Fanny Pistor, no polêmico livro A Vênus das Peles. No livro, o autor fala sobre o período de 6 meses em que estava nas mãos de sua senhora, servindo ao seu prazer. É dito que a dominadora permitia que Masoch tivesse algumas horas de "folga" durante o dia para escrever o livro que mais tarde seria considerado o pontapé inicial do BDSM como o conhecemos hoje.
Claro que não parou por aí, durante muito tempo (e até hoje) o sadomasoquismo influenciou a literatura mundial (veja o sucesso de 50 Tons de Cinza) e logo avançou para outras áreas como a moda, por exemplo. Couro, látex, máscaras,cordas e lingeries, tudo isso ganhou força junto a praticantes e curiosos, dando inicio as mais variadas ramificações dentro do BDSM, inclusive o bondage, prática que explicamos melhor aqui.
Todo esse universo fetichista era um tanto obscuro e até mesmo visto com um olhar desconfiado por muita gente. Outro impacto de âmbito mundial que ajudou a difundir a prática foi a internet. Por volta de 1991, criaram o fórum 'alt.sex.bondage', o primeiro grupo voltado exclusivamente para o sadomasoquismo e, onde o próprio termo "BDSM" foi cunhado. O nome BDSM é um acrônimo, um jogo de palavras que descreve os principais subgrupos das praticas fetichistas: "BD" = bondage e disciplina. "DS" = dominação e submissão. "SM" = sadomasoquismo.
Quanto a prática em si, há algumas "regras universais", embora cada praticamente não se restrinja a elas e sim aos próprios limites estabelecidos entre os participantes, mas vamos a algumas delas: Dentro das relações de BDSM, existem 3 papéis que os envolvidos assumem; Top, bottom e switch. O Top é o(a) dominante. A pessoa que amarra, bate e aplica outras "punições" ao dominado. O bottom é o servo, o que se submete as vontades do top. Por último, temos o switch, que são as pessoas que trocam os papéis dentro da prática com seu parceiro.
O verdadeiro BDSM é algo que envolve respeito e segurança para todos os envolvidos. Dentro das regras que compõem a prática, existem acertos entre as partes envolvida que definem quais são os limites. Até onde o dominante pode ir. O quanto o dominado por aceitar. Quais são os fetiches e por quanto tempo uma "sessão" pode durar. Tudo isso é acertado com um contrato formal e respeitado totalmente por todos. O termo usado é power exchange. É o que define como será a relação entre top e bottom.
Há ainda outros "dispositivos" de segurança para os praticantes, tais como a Palavra de segurança, que é literalmente uma palavra ou um código que o dominado diz quando quer que a atividade se encerre. Outro termo bastante utilizado é o "São, seguro e consensual" ou SSC. Um conjunto de regras estabelecidos desde o primeiro entre as partes envolvidas para garantir a segurança física e emocional dos envolvidos.
Em contrapartida ao SSC, temos o Edgeplay, um ponto que força o bottom além dos limites estabelecidos inicialmente, mas ainda previsto anteriormente. Ainda temos o Rack, praticas mais intensas onde o top ou bottom forçam, consciencialmente os limites do SSC por conta e risco. Por último, há o Aftercare, onde os parceiros dedicam cuidados e atenções um ao outro após a prática do BDSM.
A cultura do BDSM hoje em dia é muito desenvolvida e a comunidade unida na busca pelo prazer e autoconhecimento. Há até mesmo uma bandeira que representa o movimento e a influência da prática está em todos os lugares: cinema, música, seriados, comportamento e no nosso imaginário. Nós, do Harém69, incentivamos essa busca para todos nosso leitores e visitantes sempre lembrando que o respeito e a segurança são fundamentais. Esperamos que tenham ótimas experiências de preferencia com as nossas acompanhantes e até a próxima.